SPORT JIU JITSU SOUTH AMERICAN FEDERATION
*Por Luciana Neder
Aproveitando o domingo de Dia das Mães, eu fiz uma reflexão interessante sobre a maternidade e o alto rendimento no jiu-jitsu.
No contexto histórico de nossa sociedade patriarcal, a mulher mãe é conhecida como a “super-mãe”, a “mãe-polvo” ou a “atleta-do-lar”. E apesar desses estereótipos não definirem o papel da mulher na sociedade, a mulher moderna soma em sua rotina uma série de tarefas e vários desafios para conseguir dar conta do que precisa fazer e do que quer fazer. Estudar, trabalhar, administrar sua casa e as relações familiares, e outras tantas tarefas.
Mas será que dá para encaixar o esporte de alto rendimento nesta rotina corrida?
Uma das transições de vida mais significativas que as mulheres podem enfrentar são aquelas relacionadas à gravidez e à maternidade. Essa transição é bem mais complexa para as mulheres do que para os homens, devido às implicações físicas e aos desafios relacionados à ideologia de gênero, que afirma que o verdadeiro papel das mulheres é ter que cuidar das crianças; criando, assim, um conflito.
Tradicionalmente, espera-se que as atletas de alto rendimento aposentem-se depois de terem filhos, tanto por causa das expectativas de cuidado infantil quanto por causa do impacto fisiológico da gravidez. No entanto, é cada vez mais comum para os atletas de jiu-jitsu decidir seguir sua carreira atlética ao lado da maternidade e lutar pelo sucesso profissional e materno, e esse sucesso vai depender muito do ambiente familiar e da situação financeira que essa atleta se encontra.
Para uma atleta-mãe sempre vai haver percalços durante o treinamento. Um filho que fica doente, o outro precisa de ajuda nos estudos, e a atleta vai ter que abdicar aquele treino sagrado para suprir as necessidades de seus filhos. Mas o fato é que, por amor ao esporte, as atletas mamães vão fazendo um ajuste aqui, outro ali, e vão levando os treinos e as competições como dá!
*Luciana Neder é faixa-preta de Jiu-Jitsu, mãe e gestora de projetos da SJJSAF.